Maria da Penha

Maria da Penha

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Macho

Macho que é macho é assim
Escondido atrás da porta
Urra que nem leão
Gritando palavrão

Quando sofre pressão
Vendo a parada perdida
Enfia a cabeça no vaso
E vomita, vomita

Eita! Cabra macho
Com tantos perfis falsos
Não sabe mais quem ele é
Se homem ou mulher

E lá vai o macho
Tomar goles de whisky
Empunhar o telefone
O valente, o belicoso

Parte para perturbar nas madrugadas
Velhinhas viúvas
Criancinhas inocentes
Mulheres e toda gente

Quando um Homem lhe atende
Dispara o seu coração
Então, ele cerra os dentes
E mija no calção.

Macho que é macho é assim.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Zeus

Meu magnífico Deus grego
Vejo que se encontra perdido
Por essa semideusa que brilha
Ofuscando os seus sentidos.
Sua profecia de macho dominante
Da promiscuidade - amante -"brilhante"
Empunhando a sua égide tosca
Não passa de um pastor malogrado
Revolvendo nuvens com trovões e raios
Tentando implodir o seus indomáveis sentimentos
De ciúme, inveja e raiva
Dentro do seu peito, aglutinados.


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Esterco

Disseste bem
Não valho um esterco
Foste o esterco falaz
que tentara adubar e adular
a mim, essa linda roseira
germinada entre as duras rochas.
O esterco há tempo
fora perdendo os atributos
as particularidades
propriedades
penetrabilidade
Hoje tu, esterco
só aduba e lisonjeia
ervas daninhas.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ignorante

Os ignorantes nunca mudam. Ouço e leio de um ignorante palavras discrepantes entre o surreal e o aceitável, lesando algo que deveria ser intocável. Com esse objetivo ele mostra a repulsa que sente presente na condição de homem inferior. Portanto, por muito mal que ele faz, ele nunca deveria vociferar os seus distúrbios mentais.

Ele valoriza por demais as palavras cruéis, quando deveria dar o justo valor àquilo que afinal sente, e se livrar da consciência pesada em relação as afirmações que faz.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Degrau a degrau

Eu nunca tive pressa,
nunca corri,
sempre andei
com os meus passos curtos e lentos,
e nessa minha constância
sempre consegui fincar a minha bandeira
no topo das mais altas
montanhas. 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Nada

Adoro fazer nada. Quando nada faço sou indesejável. Nesse instante é o que faço, nada. O nada parece torna-se impuro. Como pode alguém não fazer nada? Eu posso. Acanho-me e ruborizo quando sou elogiada de malandra, folgada, não tenho apreço por elogios. Essa timidez ainda me mata.

Cheiro

Ah! Esse meu olfato
ele é muito cruel comigo
Se o teu cheiro é diferente do meu
e é gostoso, alucino
sou amante enlouquecida
Quando cotidianamente
misturado ao meu
perco o fascínio
ganho um amigo
Se o teu cheiro
for misturado ao de outras
serás indesejável
terás cheiro de cachorro molhado
Para mim
estarás amaldiçoado.