Maria da Penha

Maria da Penha

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Perdi

Perdi
Sei que é minha culpa
Não contemplei e não mensurei as consequências
Deduzi que todos seriam fortes como eu.
Sempre fui dura para suportar
Dores, ódios, amarguras e saudades.
Mas hoje sinto o pranto em minha face
Pois perdi o amor maior que Deus me deu.
Para mim o tempo sempre foi e será relativo
Nunca me acomodo pelo tempo perdido
Mas sinto que ninguém pensa assim.
Vou cortar meus pulsos ou tomar aquela caixa de comprimidos
Por deixar a emoção dominar a razão
E sufocar pela morte a dor que sinto em meu coração.
Tenho culpa, não escondo
Deixei-te só e sofrido
E o tempo foi capaz de trazer-te novos caminhos.
Viva, então, seja feliz
Pois não sou nenhuma imperatriz
Sou comum, uma reles infeliz
Que confiou em ti e num horrendo erro
Cai do pedestal, para os servis.
Algo me dizia, que eu ouviria somente de ti
A desistência da luta da nossa união.
Mas, em pêlo, em febre e em duras penas
Outros dedos foram os que teclaram 
Para dizer que estavas afastado
Dos nossos sonhos, amor e paixão.
O teu adeus não precisava ser assim
Podias ter confiado em mim
Pois quem julga e o indicador aponta
Esquece de ver que os outros dedos para si confrontam.
Errei e bato em meu peito
Mas fui sincera e continuo a ser
Jamais apontarei um erro seu
Pois nunca fizestes por merecer.
Fostes e agora estou só 
Sem chão, com pés descalços
Por perder o meu amor maior, 
Que se foi sorrateiro e apático.
O gosto de fel em minha boca é doce
Perante a facada dissimulada que recebi.