Maria da Penha

Maria da Penha

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Criticidade

Aos tolos e iletrados
Falsos leitores de poesias
Julgam-se interpretes inatos
Na sua horrenda analogia.

As artes nascem de esforços hercúleos
Da solidão à perseverança
Engaiolada num verão de janeiro
Desabrocha a criação.

Muitas vezes vivo o que escrevo
Momentos que trago à clausura
Outras vezes do nada sai o pensamento
São palavras que se amoldam com formosura.

Os asnáticos nunca saberão
O que escrevo é somente à minha interpretação
O que eles leem...
Não é mais a minha poesia.

Corrupto

No mais nobre terno de linho branco
Caminhando no deserto vazio
Cabeça alucinada
A duna era um palco.
No seu topo e decentemente
A boca seca como depois de um porre
De aguardente
Declamou versos de Bandeira
Às areias infinitas.
Testamento era o poema
Sentimento agonizante da vida
Malfadado, desventurado
Calamitosa sina.
Reina o condenado
Com acabrunhada colheita
Dum monólogo terminado
Sem aclamação.