Maria da Penha

Maria da Penha

terça-feira, 26 de abril de 2016

Recôndito

Não pega na minha mão em público
Nega o meu beijo na praça
Tem medo de fazer juras
Mas, diz acreditar em disco voador

Secretamente, no lusco-fusco
amor selvagem, abrasador
Veja a loucura
desse fugidio senhor

Encobre-se por todos os cantos
quando  o momento é para o amor
Mas, para destroçar o encanto
profere à luz do mundo
blasfêmias com fervor. 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Caruaru

Vamos benzinho
pro agreste nordestino
vamos pra Caruaru
dançar o forró agitado

Eu, com o meu vestido de chita floral rodado
e as madeixas enfeitadas
com as flores do mandacaru

Tu, chapéu de cangaceiro
fingindo sotaque maneiro
escondendo o forasteiro

Tomaremos goles de capeta
comeremos petiscos com cumari
empoeiraremos o terreiro

Para depois do cansaço, uma bela rede rendada
amparada nas paredes de taipa
de um velho bandoleiro.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Astúcia 2001

O meu sentimento acabou
quando arremessei o cinzeiro de vidro
com veemência  ao chão, estilhaçado
os cacos resvalaram em direção à janela
abrindo uma larga fenda
por onde escapou a minha dor.