Maria da Penha

Maria da Penha

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Minha culpa

De quem é a culpa? Deve ser minha
Sou apenas uma parte do núcleo do átomo
Que valor tem a minha estima?
Ensinei aos meus descendentes
civilismo, conduta ilibada
Para quê?
Para viverem e presenciarem
terrorismo e corrupção
comandados pelos marafões no poder
Mas, a culpa deve mesmo ser minha
desiludida com tamanha podridão
escorreguei na casca da banana
que o mandrião mandou ao chão
Tamanha foi a minha desilusão
que derramei tantas lágrimas
e enchi a barragem em Mariana
e ela se rompeu
Aniquilei com o rio tão doce
cheguei ao mar tão salgado
detonei a região
As minhas lágrimas secaram
vai ter seca, faltará energia
afundarei com a economia
e a miséria reinará
e toda culpa é minha.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Essencial

Seu moço,
você não gosta da semideusa
observe quem você ama
a deusa seminua
que toda gente aclama
Você alcoviteiro perverso
não se ressente
inevitavelmente, conivente.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Abichornado

Se você acha que não te dei
tudo aquilo que queria,
eu digo a você
te dei amor, carinho e poesia
mas não era o que você pretendia
dinheiro era a sua inquietação
minha vida, servidão
não importava  a você
o cansaço, o desgaste
no semblante da menina
então eu tomei de você
muito mais do que podia
tirei o seu sono e a sua fantasia
deixei para você
a  saudade da mordomia.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A morte do amor

Para que o amor não fique insosso
Não dure somente uma canção
Não passe de uma paixão
Sou capaz de planejar anos e anos em solidão
Multiplicar tudo que for tangível
Segurança à união
Depois, concretar a alma e o coração
Alicerce para uma duradoura relação
Os desatinados não acreditam nisso
Acham que, se existe amor, mora-se até no lixo
Não existe amor que dure
Quando falta o tostão
Dói tanto outros órgãos do corpo
Que se esquece o coração
Morre a afeição.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Sem noção

A vida é assim
A gente vai a todo o vapor
trabalhando que nem cão
do meu conforto não abro mão
até divido o meu pão
e tem aquele que fala mal da minha razão
não tem coração
não aceita o meu casarão
nem o apartamento de magnífica visão
leva um pontapé no bundão
e depois pede perdão
perdão - não
e passa a viver de ilusão
perdido na escuridão
vai se desgraçando para ter satisfação
cai por terra toda a sua condição
perde totalmente a noção
pensa que todos são iguais nessa Nação        
sente-se bem em morar num prédio caixão
de usucapião.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A lista do que vou fazer a partir de hoje:

1) Aprender a surfar.
2) Mergulhar em águas profundas.
3) Fazer aulas de Tango.
4) Fazer um tour de ônibus em Hollywood.
5) Visitar as Cataratas do Niágara.
6) Sentar em um bar ou café em Paris (já fiz mas talvez faça novamente).
7) Ir à Graceland.
8) Dar de presente as minhas joias preferidas.
9) Acampar em uma praia perdida na Grécia.
10) Visitar o Muro das Lamentações e escutar o silêncio através da cacofonia de barulhos.
11) Visitar ao menos cinco das Sete Maravilhas do mundo.
12) Fazer aulas de tênis e de vela.
13) Nadar nos cinco oceanos, de preferência no mesmo ano.
14) Fazer uma caminhada sobre o Pacific Crest Trail ou le John Muir Trail.
15) Hospedar-me no Post Ranch Inn, hotel de luxo na costa de Big Sur.
16) Ir ver um espetáculo da Broadway.
17) Escrever o meu próprio diário (de bordo).
18) Retomar o contato com um amigo que não falo há ao menos 10 anos.
19) Ensinar a alguém algumas das minhas habilidades.
20) Gastar o meu dinheiro em uma coisa extravagante.
21) Visitar o mercado à Chichicastenango, na Guatemala.
22) Fazer fogueiras.
23) Visitar o Lago Azul na Islândia.
24) Contar uma piada que vai fazer todo mundo rir.

Frase

Ser desonesto consigo mesmo é acreditar em uma história que você não viveu ou presenciou, sem antes analisar os dois lados.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Metamorfose por completude

Querer ser é humano
Ser per se stante
Não, é perjúrio introspecto

Professa  com imprudência
valores internalizados
avivados de senso comum

Sem moral e com medo
ceifa a consciência
alivia a vergonha, silencia

Apartado de si e sem ser
não persuade
debalde luta pela plenitude

Certo da incompletude
metamorfoseia-se algures
abasta-se com qualquer ser