Maria da Penha

Maria da Penha

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Lógica do louco

Vem..., louco
Atraído pela ira dos desencantos
Em pele de cordeiro
Voz doce
Sonhos a realizar.

Vem..., louco
Amaciando a vítima
Encorajando-a com malícia
Desconcertando o enredo
Espreitando na contramão.

Vem louco, nas suas diferentes formas,
Surpreender com a sua metamorfose
Com sua opaca e colorida aparência,
Tentar através da fresa
Enviar um friso da sua maldita luz.

Vem...
Mais uma vez como veludo,
Emerge do seu submundo com a sua maleficência
A repousar no colo amigo
O seu mundo hostil.

Liberdade

Tiram-me as algemas D'alma
Sinto-me em total liberdade
Como uma gaivota que alça voo
Ao mais alto dos ares.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Macho

Macho que é macho é assim
Escondido atrás da porta
Urra que nem leão
Gritando palavrão

Quando sofre pressão
Vendo a parada perdida
Enfia a cabeça no vaso
E vomita, vomita

Eita! Cabra macho
Com tantos perfis falsos
Não sabe mais quem ele é
Se homem ou mulher

E lá vai o macho
Tomar goles de whisky
Empunhar o telefone
O valente, o belicoso

Parte para perturbar nas madrugadas
Velhinhas viúvas
Criancinhas inocentes
Mulheres e toda gente

Quando um Homem lhe atende
Dispara o seu coração
Então, ele cerra os dentes
E mija no calção.

Macho que é macho é assim.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Zeus

Meu magnífico Deus grego
Vejo que se encontra perdido
Por essa semideusa que brilha
Ofuscando os seus sentidos.
Sua profecia de macho dominante
Da promiscuidade - amante -"brilhante"
Empunhando a sua égide tosca
Não passa de um pastor malogrado
Revolvendo nuvens com trovões e raios
Tentando implodir o seus indomáveis sentimentos
De ciúme, inveja e raiva
Dentro do seu peito, aglutinados.


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Esterco

Disseste bem
Não valho um esterco
Foste o esterco falaz
que tentara adubar e adular
a mim, essa linda roseira
germinada entre as duras rochas.
O esterco há tempo
fora perdendo os atributos
as particularidades
propriedades
penetrabilidade
Hoje tu, esterco
só aduba e lisonjeia
ervas daninhas.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ignorante

Os ignorantes nunca mudam. Ouço e leio de um ignorante palavras discrepantes entre o surreal e o aceitável, lesando algo que deveria ser intocável. Com esse objetivo ele mostra a repulsa que sente presente na condição de homem inferior. Portanto, por muito mal que ele faz, ele nunca deveria vociferar os seus distúrbios mentais.

Ele valoriza por demais as palavras cruéis, quando deveria dar o justo valor àquilo que afinal sente, e se livrar da consciência pesada em relação as afirmações que faz.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Degrau a degrau

Eu nunca tive pressa,
nunca corri,
sempre andei
com os meus passos curtos e lentos,
e nessa minha constância
sempre consegui fincar a minha bandeira
no topo das mais altas
montanhas.