Maria da Penha

Maria da Penha

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Naipe

Não fuja, não fique desesperado
sou bem grandinha, madurinha
estudei durante anos
o seu presente, passado
a sua casta, portanto
conheço seu desejo à intimidade
Só não aceito suas fanfarras
quando agrega as sarnas
na mesma esfera
da mãe que está na sala
e outras I-Lentes familiares,
podem ficar doentes
ou são todos da mesma laia?
É mistura de muita gente
muita saia, pouco garbo
totalmente demente
fadado a morrer em meio
ao triste fado.

O pequeno falo

Já vi coisas minúsculas
No microscópio olhei
Mas, tão minúscula assim
jamais compreenderei.
No verão era mais fácil
ficava mais elástico.
Mas, no inverno, que decepção!
encolhia-se para dentro do saco.
Parecia mais um chapeuzinho pisado
de um pequenino bonequinho de plástico.
A cabecinha de um passarinho recém-chegado
virava gigante perto do falo.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Saudade

Eu resolvi te matar
Matar e deixar bem mortinha
Vinha devagarzinho te detendo
Fazendo isso quietinha

A saudade era intensa
Dolorida, imensa
Sou incapaz de mensurar
Pra matar, só pela morte lenta

Agora te matei
As lembranças são vãs
Só amanhã de enterrarei
Para além do divã

Vou primeiro te velar
Enquanto posso lastimar
Que saudade! Da saudade
que não tenho pra divagar.


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Peso morto

Pasto sem gado
Tesouro sem ouro
Vida Severina
Nem tudo é rima.

Beleza sem nobreza
Destreza na tristeza
Palavra sem certeza
Completa pequeneza.

Criado nem sempre é mudo
Guarda-sol que guarda a chuva
Molha mas não inunda
Não tem lógica, barafunda.

Pobreza eterna
Olhos profundos
Observação deletéria
Sentimento imundo.

Ave que não voa
Cigarro apagado
Bebida sem álcool
Superficialidade no palco.

Grito rouco
Pele e osso
Noite esquecida
Regateando a vida.

Janela

Ei tu... que fica aí me observando
da janela à minha janela
Dá pra dizer o que está achando
do quê observas?
Fica o dia inteiro aí prostrado
me vendo, me lendo...
Colocou insulfilme nos vidros
como senha?
Não funciona,
tem baixa qualidade criptográfica
Estou te vendo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Eu magia

Eu sou a que existo
Da maneira que bem quero
Vendo um mundo colorido
Bem sincero

Eu sou a que de olhos fechados
Vejo as cores do universo
Somente e somente se
Para rimar o verso

Eu sou a que imagina
Que o inimigo possa ser honroso
É o meu desejo de cair na cilada
Só para concluir o quanto ele é horroroso

Eu sou a que bem sei
Quando alguém  com o punhal se aproxima
É melhor nem tentar o golpe
Tenho saída exímia

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Tipo de gente

Tipo de gente! Já disse o meu tio
Gente bruta, gente frouxa
Gente que nem é gente
Gente que necessita de toda gente
Gente estúpida, escrota
Tem cada tipo de gente
Que nem merece ser gente.
Gente magra, gente gorda
Gente demente, que mente
Gente feia com feia gente
Tem cada tipo de gente!
Estranhamente gente
Não merece ser gente.
Gente falida, roída
Tem cada tipo de gente!
Gente ignóbil, carcomida
Ignorante, ressentida
Escondida
Tem cada tipo de gente!
Gente psicopata a matar gente
Gente falsa quase morta
pobre de mente
Gente asquerosa que ignora toda gente
Gente que ri e por dentro chora
deprimida com soberba
Entristecidamente
Tem cada tipo de gente!
Gente necessitada mas orgulhosa
Sanguessuga invejosa
Gente que da aparência vive
Totalmente deprimente
Gente rica, vadia, drogada
Gente artificial, desconexa
Deseducada que se acha gente.
Tem cada tipo de gente!...