Maria da Penha

Maria da Penha

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Armadilha

A dor moral é a pior das dores
O estomago passa a ser uma úlcera
Veneno que o aniquilou.
São acusados,
O importunante é o importunado
Pois existem os que só veem
Apenas um dos lados.
Com as atitudes malogradas
Arma-se o alçapão
E tolhe toda a sorte que poderia advir.

Elegância

Senta-te a mesa mais sofisticada
Com os talheres postos à francesa,
São tantos os adornos sobre o corpo
Que confunde o brio da nobreza.

O que queres dizer com tanta altivez?
Guardados nos inúteis pensamentos acres
Com gritos no olhar silencioso
E semblante de vileza?

Perdeste a faculdade de julgar,
Não sabes conceber a elegância
Que se apresenta como atributo mais sutil
Na mímica da prudência e da leveza.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Ofuscou

O que você fez com a sua vida?
Cada atitude foi diminuindo o seu brilho,
Mas, você achou que estava tudo controlado,
Tudo aconteceu muito rápido
Você não percebeu o que vivia.
Os atos não foram planejados
E o dimmer movimentava-se a cada dia.
Sei que você existe e está no mesmo lugar
Como um objeto, ofuscado.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Estética

Estás linda, estás magra e eu gorda!
Estás linda, estás gorda e eu macérrima!
Então, quem é a mais linda, a mais atraente?
A gorda infeliz por não ser magra?
A magra com o mesmo presságio da gorda?
O hipopótamo fêmea é feia por ser gorda?
A libélula é horrenda por sua magreza?
Não, ambas são lindas.
Elas possuem o próprio palco para desfilar,
Não vivem da ovação iniludível,
Possuem originalidade. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Invídia

Estou tão longe,
Longe dos espíritos maus
Mas, que possuem uma fúria de bestas,
Que ecoam sons a esgoelar.

Esbravejam o meu nome
Na esperança de secá-lo
Com um amor de inveja
Prestes a lhes trucidar.

Não, não mereço tanto amor assim,
Não mereço que vivam a mim,
Não se degolem ainda
A hora não se faz.

Sei que sou este mal necessário
Que suplanta os desejos
Alimentando ódios
Nas meninas dos olhos.

É sofrimento que abunda
Nos sorrateiros
Que não possuem espírito próprio
Desejando ser a mim, por inteiros.

Ainda hão de se enganar,
Competir com a minha valente alma
Requer hercúleo esforço, e o meu espírito,
Não lhes irão encarnar.

sábado, 24 de agosto de 2013

Promessa

Prometi! Então, não vá me deixar,
O resto são as queixas
Para suportar as madeixas
Que passaram em suas mãos.

Promessa feita
Não admite desleixo
Tem de cumpri-la com respeito
Só assim, cura o desfecho.

É promessa sob medida,
Que encerrará a paciente espera
Acender-se-ão as velas
E apagará a volatilidade da vida vivida.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Desejas-me

Desejas-me como quem deseja colher camélias em vasos de varanda
Como quem sonha em surfar na mais alta das ondas
Ou escalar a mais íngreme montanha.

Desejas-me como quem deseja chegar por teletransporte
Como quem conta com a sorte
Ou desconsidera a morte.

Desejas-me pela ilusão do querer
Pela fantasia do ego
Ou imanência e transcendência de poder.

Desejas-me sem as camélias
Cingido pela epopeia
Transmutado pelo épico.