Maria da Penha

Maria da Penha

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Tatuagem

Vou tatuar o meu corpo
Com um Escorpião
Porque sou racional,
Mas destrutiva de coração. 

Não, não - Vou tatuar Ideograma japonês.
Representando a minha índole refinada
Pelo meu bom gosto estético
Fidelidade e amor. 

Oras! O Coração em chamas
Para mostrar o meu domínio
Tipificar este poder
Apenas cognitivo do meu ser. 

E o Tubarão?
Caminho na solidão
Curiosa por missão
Sem submissão. 

Vou, é tatuar um Dragão
Para sentir o meu controle
Meu desejo
Minha auto-afirmação. 

Ou caio na esparrela 
Tatuando os símbolos Tribais
Neste motivo abstrato
Voltar-se-ão olhares que sinto escasso. 

Ou uma Lagartixa?
Para manter o meu autocontrole
E a contenção dos sentimentos?
Que lamento! Tatuagem.

Fera domada

Nasci fera e fui domada
pelas chicotadas da vida.
E para cada chicotada
Uma literatura inteira foi percebida.

Aprendi comportamentos, ética e filosofia
sociologia social e psicologia.
Mesmo tendo tudo inato, em cada chicotada
os conceitos postos em prática afloraram dia-a-dia.

Reconheço no silêncio alheio
a não cumplicidade,
se não fala é por comodismo
por rancor e por maldade.

Estes seres mal iluminados
utilizam por efeito a alienação
a desculpa depressiva
como doença mental pela preguiça.

Analiso nos seres que se dizem ingênuos,
no abafo da sua sublimar inteligência,
achando que nesta obstinação
será capaz de não transmitir o seu real sentimento.

Oh! Fraqueza mental amadora, Oh! Inteligência fatal
do erro que não tolero
é, o ser que é capaz de confundir
conceitos das palavras sem contexto.

As chicotadas me acresceram conhecimentos,
sou seletiva por excelência,
só compreendo
conceitos verdadeiros.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Amor amigo

Amor amigo é aquele que existe sem interesse,
sem querer nada em troca.
É o amor perfeito
não anedota.

Amor amigo não aconselha
Não se envolve no âmago
do que mais belo o seu dito amigo já construiu.
Amor amigo é participação exponencial.

Amor amigo não chora mágoas
pela compaixão.
Amigo não aceita por devoção
tudo que lhe é dito.

Amor amigo discute se defende,
possuem pontos de vista diferentes,
combatem os seus princípios
e vontades.

Ser seletivo na amizade
é o estado da arte.
O amigo não é só meu,
É da vida pelo amor da amizade.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Insatisfação

O teu elogio não cura mais a minha insatisfação.
As tuas ideias consomem a minha alegria.
O teu juízo desapareceu sem harmonia.
Os teus gestos declaram sempre falta de emoção.

Tudo em ti é insosso.
Tudo que praticas não é natural.
Tudo o que demonstras é em razão de um esforço hercúleo. 
Tu não tens opinião.

Tu és um fantoche.
Não possuis uma personalidade definida.
Um adulto cheio de mentiras.
Não és capaz de atuar com a razão.

És um ser sem atitude, mas cheio de malícias.
És uma criatura que esconde sentimentos.
És o que trai na defensiva.
És sempre a vítima em cada situação.

Ser imundo que não satisfaz.
Verme maldito do pecado.
Traidor dos que o amam,
Fere sem compaixão.

sábado, 31 de janeiro de 2004

Novos tempos

Acordo e começa o corre-corre
Para chegar, não sei aonde.
Durante o dia, trabalho
A noite também.

Nos pequenos espaços diários
Estudo
Depois o “stress” o cansaço
Por não saber se o dinheiro vem…

As vezes vêm o mal presságio
Será que amanhã vou ter trabalho?
Então, estudo
Mesmo sem o dinheiro para fazer o itinerário.

Não tenho tempo, sem tempo
Mas com tempo
Não concentro
Hoje isso, amanhã aquilo.

Para relaxar, escrevo
Perdendo tempo
Deveria mesmo estar lendo
Reverenciando os mestres.

Mas não me façam críticas
Eu gosto dos novos tempo
Mesmo sem tempo, dê-me tempo
Para ler poesias.

sexta-feira, 26 de setembro de 2003

Setembro de 2003 em Portugal

Está um lindo dia
O sol brilhante o céu sem nuvens
Dá vontade de sair.
Imagino o mar deve estar magnífico
Mas estou presa as raízes
Dos meus sonhos infantis.

Coisas que idealizei
Momentos que revelei
Decisões que tomei
Estão agora reflectidos
Em minha face lânguida
Da perversidade que não imaginei.

Sofro ora agora
Pelo destino que me dei
Que outrora não consegui, livrar-me.
Chora meu coração
Pela empatia que concebe
Pelo outro sofrimento.

O quê deu errado?
Quem foi o culpado?
Que magia negra foi esta?
Que consegue sempre me consternar
Colocando-me com o ego arrependido
Daquilo que não quis fazer?

Foram erros de placenta
Que a regressão não consegue explicar.
Concepção talvez indesejada
Que reflecte na pessoa mal amada
De forma desesperada
Mas não consegue se livrar.

Passo agora este mal presságio
Para os entes mais queridos
Que no futuro se acharão esquecidos
Do ventre que os gerou
Moribundos e mal amados
Na mesma cadeia de valor.

quinta-feira, 16 de agosto de 2001

É tarde

De que adianta seu amor agora
Se quando te amei você nem ligou
O quê me importa seu carinho agora
Se já é tarde para eu te amar
O quê me interessa seu sofrimento agora
Se quando eu lhe quis você nem mesmo soube dar amor
O que me leva a pensar da tristeza em seu olhar
Têm-se mais tristezas no meu
De que valem suas palavras agora
Se quando as disse você nem ouviu
De que valem seus sentimentos agora
Se os meus já se esvaíram
De que vale meu perdão agora
Se não existe mais essência para perdoar
O que me leva ter que sofrer por você agora
Se sempre sofri e você nunca percebeu
O que me vale ser cedo para você agora
Se para mim você já morreu.