Maria da Penha

Maria da Penha

domingo, 22 de dezembro de 2024

A dança dos extremos

Na praça do tempo, a extrema direita grita,

Faz da espada seu verbo, da fúria sua escrita.

É um vendaval que ruge entre os campos de dor,

Plantando espinhos onde o trigo já foi amor.


Lá vem o cavaleiro, com bandeiras rasgadas,

Ecoando promessas de glórias passadas.

Mas são sombras de reis que nunca existiram,

Fantasmas de um poder que tantos sucumbiram.


E do outro lado, suave, a esquerda caminha,

Com pés descalços sobre a terra que alinha.

É o sopro da aurora no campo semeado,

O canto das mãos que constroem o legado.


Dos livros nascem pontes, dos sonhos, revoluções,

É o abraço do povo contra as prisões.

Mas a bonança tem curvas, também seus tropeços,

Pois no campo das ideias, há espinhos nos começos.


A história é mestra, nos sussurra ao ouvido:

Já vimos extremos ferirem o perdido.

Mas também vimos florescer, em terreno infértil,

A coragem de lutar, ainda que em solo hostil.


Que não nos guie o ódio, que não nos cegue o temor,

Que a mão que aperta o punho também saiba dar flor.

E que na dança dos extremos, o equilíbrio seja o fim,

Para que a história cante o melhor de seu jardim.

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