Chucro é o passo, tropeço no pó,
morto de sonhos, pobre de intento;
roto na roupa, no peito o nó,
sobra só falta, vento e lamento.
Poder se exibe, veste de brilho,
mas fome espreita na sombra escura;
liberdade escapa, leve, andarilho,
nas mãos dos rotos, sombra e fissura.
E o que sobra da falta, em peito cansado,
é o pouco que arde, lume apagado,
povo sem rumo, olhar sem guarida,
falta que sobra, eco sem vida.