Maria da Penha

Maria da Penha

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Paulo Leminski

  "Poeta não é só quem faz poesia. É também quem tem sensibilidade para entender e curtir poesia. Mesmo que nunca tenha arriscado um verso. Quem não tem senso de humor, nunca vai entender a piada." 

Paulo Leminski

domingo, 22 de agosto de 2021

Replicado - Olhos nus, carmim

Onde vês o espiritual

Sou laica

Onde vês o uno

Sou dicotômica

Onde vês o passional

Observo consumação

Onde vês a interação

Enxergo recusa

Onde vês ódio

Percebo excitação

Onde vês o latente

Descortino o manifesto.

Veem os olhos antagônicos

A maneira que se vê,

É atração Shakespeariana

Dos olhos cinza e belos

Contra os meus olhos

Nus, carmim.

Autenticidade

 Autenticidade

Cansei de ser julgada pela minha autenticidade

na essência poética

Aos bravos e recolhidos seguidores dos meus perfis,

não serei performática para agradar

As suas escolhas pelo obscurantismo não me interessam

Deixem de se preocupar com a minha escrita insólita

busquem pelo fanatismo adulador e fantasioso das aparências

que combinam com suas visões

A minha poesia é ácida que até dói

Diante do atual mundo tresloucado

nunca praticarei uma escrita espúria

Sempre estarei no limiar da minha mais profunda essência

convicta das rasas interpretações

As dimensões que ocupamos são opostas.

Imagino como seria hoje julgado Manuel Bandeira

Que do seu íntimo preconizou

“Estou farto do lirismo comedido

Do lirismo bem-comportado...”

... “Quero antes o lirismo dos loucos

O lirismo dos bêbedos

O lirismo difícil e pungente dos bêbedos

O lirismo dos clowns de Shakespeare

— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”


sábado, 4 de julho de 2020

A vida


A vida não é assim
Com beleza maquiada
Para demonstrar felicidade
Muito além do normal,
Viver de trocas
Inventar novos passeios
A tentar preencher o vazio do peito
Ilusão afoita do esperançado perfeito
No desencontro do próprio eu,
Os olhos passam a carregar um olhar cansado
O corpo a ficar esquálido
E o sorrir constante e aberto
Sem alegria,
Bonito talvez fosse
Abstrair-se do imaginário
E internalizar que a felicidade
Pode vir de uma vida minimalista, serena
Mais real e plena.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019


Ah! Esse calor que se sente
É às vezes um arrepio demente
Que faz o olhar infinito.
Sem pressa na ocasião
Aprazível sensação
Absolutamente perdido
Nos jardins esquecidos.
Não existem os astros
As cores e o espaço
Doa-se totalmente
À ação do desconhecido
Apêndice do desejo.
Amor é o orgulho sem censura
E tão somente
Amamos a nós mesmos intensamente.

terça-feira, 12 de novembro de 2019


A gente entende, mas não sente
E sem sentir se consente
Que aí se mantenha
Os chifres do passado na mente
Sempre presente
Se o passado fosse bom não se ia
Portanto, porque mantê-los presente?
A sociedade é insana
Intransparente
Impaciente, não quer saber do presente
Mas, o que será futuramente?
Passado, deprime
Futuro, ansiedade
A cama, não resolve a dor que sente
Os chifres do passado os queimem na fogueira
Para sociedade demente, seja indiferente
A alma brilha quando a gente se entende
Não importa a cor que já passou
Não importa a cor do agora
Não importa a cor
O futuro se colorirá
Pacientemente.