Maria da Penha

Maria da Penha

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Represália

Eximir-se da atenção em momento delicado
Da hipocrisia e dissimulação de alguns
Quando a alma lastima por medo
E saber-se tolerante racional.

Os agastados necrófagos se alimentam
Deste equilíbrio frágil que em alguém se apresenta
Para mostrar-se viripotente
Sobre esperanças já pouco alicerças.

Grandes heróis valentes
Invocam a morte de um ente
“Que morra bem distante”
Para que não sintam o mau odor.

Censor

Pergunta sobre mim
Respondo a sua pergunta
Você matuta, reflete
E diz que é mentira.

Você novamente pergunta
Eu respondo
Você especula, pensa
E diz que é mentira.

E aí vai, e pergunta, pergunta
Eu respondo e respondo
Você cisma, pondera
E não acredita.

E você volta a me perguntar
Eu reconsidero, reflexiono
Respondo filosofando
E não sou compreendida.

Você pergunta mais uma vez
Eu sinto que está a julgar
Refuto a indagação
Silencio.

E você pergunta sobre o meu silêncio
Sinto que é para auferir vantagem
Da sua mais nobre arte
Que é a de censurar.

O silêncio e a minha mais aristocrática retribuição
Assim você elucubra a mentira já posta
Em qualquer das respostas
Que irá me sentenciar.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

sábado, 5 de abril de 2014

Erros

Nunca me importei com os teus erros,
Eles são vãos;
Como poderia julgá-los
- Perante os meus?
Que tão vastos são...

Desequilibrado

O desequilibrado me incomoda
A bebedeira lhe entorta
E vem achincalhando a todo vapor.
São palavras sem jeito
Menos que verme é o que sou.
Não digo as outras coisas
Serei passível de cobrança
São palavras causadoras de revolta,
E seriam censuradas.
Pergunto, porque me incomoda?
Somente em suas horas tortas
É que sou lembrada?
Depois dizes que esquece
A tortura que praticou.
Se não mensuras o estardalhaço
Como desejas que eu não o sinta?
O estresse que me causa
Não é possível eximir-te da culpa
Do tormento e ofensa que causou.
O que dizes deixam marcas profundas.
Ao desequilíbrio estamos fadados
para nossa autocrítica, engolido os sentimentos.
Mas, a droga relaxa o cérebro consciente,
E o subconsciente se apresenta
E diz o que realmente sente.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Desengano

Existem em diálogos frases estreitas
- Confia em mim – é uma delas
Pesa demais escutá-la.
É perfeccionismo exacerbado
Idolatrando-se altruísta,
Causa de referência execrável.
No máximo, o aceitável,
Seria alguém que pudesse “acreditar”...
Afugentando um pouco o egoísmo.
Abstrair-se dessa persuasão
É eleger-se convicto,
É não deixar-se iludir
Através do mecanismo doloso
Do anti-herói à conquista do apogeu.

segunda-feira, 24 de março de 2014