O indivíduo fundamentalista não debate, prega. Sua convicção não admite questionamentos, pois não há espaço para dúvidas em sua visão de mundo. Quando descobre uma nova teoria ou lê um livro que reforça suas crenças, sente-se investido da missão de convencer e converter. Para ele, discordar não é um direito, mas uma resistência à verdade que ele acredita possuir. Sua certeza é inabalável, não porque seja bem fundamentada, mas porque é impermeável a qualquer argumento contrário. Diante dele, qualquer tentativa de diálogo se torna um monólogo – e um monólogo onde apenas ele tem voz.
A única forma de escapar do ciclo exaustivo de suas pregações é concordar superficialmente e sair de cena. Não há espaço para reflexão conjunta, apenas para a submissão ou para a fuga.