Gosto das pessoas sem esperar nada em troca. Não porque seja bom ou generoso, mas porque não sei amar de outro jeito. Presenteio porque me dá alegria, porque vejo um brilho nos olhos do outro e isso me alimenta a alma. Não importa se é meu chefe, meu aluno, a mulher que limpa meu escritório ou o desconhecido que cruza meu caminho. Gosto porque algo em você me toca, me inspira, me lembra que somos todos feitos da mesma luz e da mesma sombra.
Não gosto por interesse, não gosto por obrigação. Gosto porque meu coração pulsa mais forte quando reconheço em você aquilo que também habita em mim: a humanidade, imperfeita e bela. Presenteio porque quero, não porque devo. Porque a vida fica mais leve quando a gente entrega sem calcular, quando ama sem cobrança.
Às vezes me perguntam por que faço isso, por que me importo tanto com gestos pequenos, com afetos que não me trarão vantagem. E a resposta é simples: porque não consigo viver de outra forma. Porque quando olho nos seus olhos e vejo a pessoa por trás do papel que você desempenha no mundo, algo em mim se expande. Você me faz mais humana.
Não quero retribuição, não quero gratidão. Quero apenas a liberdade de gostar, de admirar, de celebrar sua existência do meu jeito, sem explicações. Porque no fim, esse gostar sem amarras é o que me salva todos os dias. É o que me lembra que, mesmo num mundo cheio de cinismo, ainda posso ser leve. Ainda posso ser eu.
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