Maria da Penha

Maria da Penha

sábado, 12 de setembro de 2015

Chalaça

A flor doou o seu néctar
O beija-flor se satisfez
sugando até a última gota do doce mel
da bela flor que o afugentou
 que não perguntou, não exclamou
não perturbou, só aguentou
A bela flor, por ironia
se fechou
O beija-flor não suportou o engodo
da flor serena, aveludada
que se distanciou do sugar maldito
Ele, sem o sabor da linda flor
passou a sugar a flor sintética
que se abriu bela, necessitada
anestésica.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Vidão

Vidão
não tenho preocupação
Deito na rede
admiro a constelação
Se não quero inverno
tenho verão
Se tem discussão
eu sempre com razão
Falta dinheiro hoje
logo ali, arranjo muito tostão
Para cara sisuda
abro um sorrisão
Se alguém está perdido
eu considero ilusão
Viver de sonhos?
Não vivo, não
Se tem lagosta, eu como
senão, cai bem uma porção de berbigão
Compro um cajado pra pagar promessas
e, vou mesmo é de carrão
se mais distante, navio ou avião
No lombo do burro
visito o sertão
Se tem swell  
entro no tubão
senão, pego jacarezão
e vou levado um vidão
fazendo mochilão
por esse mundão
Se chateia comigo, não
Tchau, tiozão.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Frase

Prefiro a pessoa que fala muito e não diz nada à que não fala nada e mostra a sua bestial essência. 

sábado, 8 de agosto de 2015

Desejas a minha opinião sincera? Nunca deixe o seu país, isso chama-se autoexílio. O autoexílio é muito doloroso. Demora-se a perceber e será sempre tarde quando se percebe, já foi.

Clique no link abaixo:
http://letras.mus.br/zeca-afonso/917723/


Frase

Aqui, inverno quente, aí verão sufocante, aqui saudade por ser inverno, aí curtição por ser verão. Aqui sempre verão, saudade, não. Quando aí inverno, decepção, aporrinhação. Aí uma passageira nega sorridente, aqui um alemão por paixão. Beijão

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Elegia

Eu queria escrever sobre  o amor
sentimento louvado pelos grandes poetas
que cantam amor como profetas

Tentei e tentei por infinitas vezes
transcrever sutilezas de sentimentos
sou obtusa, aposento

Amargo na pena que me trai
escorregando sempre ao reverso
ficando sem beleza o meu verso

Recaída

Fecham-se  todos os cadeados
a fim de não ter de suportar a repetição da moléstia
dos desentendimentos por rotulação
da degradada vivência

Desgoverna-se  pela droga o sentimento
nas noites de amargura do enlouquecedor dia
Procura-se nas portas entreabertas, esquecidas
transcrever emotividade adormecida

Insanidade é o que significa
traçar-se um efeito inabalável
depois, apagar das espinhas as causas primárias
proporcionando o caos interior do que já estava resolvido

Acorda-se arrependido
tateia-se as portas novamente
foram lacradas inteligentemente
para não invocar dupla recaída.