Maria da Penha

Maria da Penha

quarta-feira, 12 de março de 2014

O laço e o nó

Houve um enlace entre o laço e o nó
Triste acontecimento
O laço deve unir num desate
O nó retira a autonomia.
Que exista somente o laço
Mantendo a complacência entre seres
Mate o nó, para que exista alforria.

terça-feira, 11 de março de 2014

Amor

Se for amor o que sente por mim
Então fique caladinho
Respire bem de mansinho
Fale baixinho
Para não espantar os coelhinhos
Para não afugentar as borboletinhas
Pra não quebrar a taça de vinho.
Amor é assim, silencioso,
Sentimento sentido
É sem fim.

Frase

Sempre que entro no elevador e subo, os pensamentos voam e tenho a sensação de subir aos céus, quando desço, chego ao térreo.

Limitação

Tenho uma coisa assim, sentida,
Que não pode ser entendida
Mas causa desilusão.

É de fato coisa séria
Traz sensação deletéria
Que melhor, não professar.

Caminhando com graça, vou seguindo,
Com diadema ornando a cabeça
E os pés encaixando na estreiteza,
Entre as valas do caminho.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Verdugo

Foram tantas as injurias
Foram tormentas ensurdecedoras
Que matou o prazer
Em que se deliciava
O imolado morreu,
Gritar, não é mais preciso.
Por certo, sente um vazio,
Escapou entre os seus dedos
A sua sensação mais deleitosa.
Não sofra por essa perda
Novos caminhos sempre se abrem
Para outros desatinados.
Viver de rancor é a sua bravura.
Portanto, não fique abatido,
Sua caça não será debalde.
Para os seus gritos
Outros ouvidos
Entrarão em dissabores.
E como carrasco que é
Deliciar-se-á certamente
Na perversidade que irás causar
No próximo desavisado.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Segregada

Por estar sentada, trabalhar, construir e pensar
Escrever e exaltar sentimentos inerentes ao meu ser
Decidir, externar, incomoda?
Sim, torno-me inoportuna.
Sei que sou pouco, quase nada,
Diante de tudo que me circunda.
Mas ser capaz de corroer minha essência
Através da inveja e críticas infundadas
Pela fala que fere mais que bala.
Não, assim não vale nada,
Não poderei tirar proveito desse juízo
É ironia impensada
De quem julga livros pela lombada.
Diante de tão pequeno discernimento
Dou imenso valor em estar segregada. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Monstro

Homem que possui o domínio
Eleva-se de formosa ternura
De palavras simples e fáceis
Compreensível, delicado como pluma,
Olhos claros, límpidos,
Que encanta o feminino
Com os louvores da doçura.

Homem que o domínio perde
No cume do ciúme enraivece
Como fera ferida enlouquece.
As paredes ressoam os sons dos monstros,
Torna-se pétreo à doçura
E olhos matam as pessoas que mirar.
Mais um mentecapto na humanidade já insana.